O resultado saiu exatamente meia-hora depois. E não
por menos, Alec não era o culpado pelo crime; mas eu não sabia se era porque
tudo girava ao nosso favor ou simplesmente porque James quis que isso
acontecesse, simplesmente. De qualquer forma, eu o agradeceria por aquilo, já
que ele tinha de tudo para ganhar a causa naquele último depoimento, mas tinha
deixado passar suas perguntas – o que eu jamais o vira fazer anteriormente.
Obviamente, ele era um
ótimo promotor, mas, possivelmente, ele viu que não tinha fundamento continuar
persistindo em uma causa que estava ganha. Dava para perceber de longe que Alec
tinha jeito de inocente ainda que fosse um filho da puta cheio
de droga na cabeça – ainda assim, também dava para perceber que ele era muito
inteligente ao ponto de jamais deixar-se
colocar drogas em sua mala, afinal aquele era um crime grave; se, de fato,
fosse Alec o malfeitor da história, certamente ele engoliria a porcaria da
droga e tomaria um laxante assim que chegasse no seu destino.
Alice estava ao meu lado quando todos estavam saindo
daquela sala, mas eu me ergui com quase a mesma velocidade em que vi Alec
receber sua soltura, sendo considerado um homem livre de novo. Ao mesmo tempo,
entretanto, eu ouvi a voz rígida de James me chamar.
— Parabéns — o homem disse.
— Parabéns? — eu quase retruquei, segurando meu
nervosismo. — Eu esperava mais de você, promotor. Você me entregou de bandeja a
sua cabeça e ainda me diz parabéns? — eu estava irritadiça e irônica àquele
momento. — Mas se você acha que está sendo muito esperto com isso? Foi o pior
julgamento que fiz em toda a minha vida; achei que você estava brincando
comigo.
— Considere esse o meu presente. Um presente pelo seu
novo cargo
— Presente…
Alice apertou meu braço, de mal grado, como se me forçasse
a aceitar aquilo. Eu não teria agido daquela forma se estivesse no lugar dele.
— Negócios a parte — ele recomeçou —, eu não tenho
nada para essa noite.
— Ela também não tem nada — Alice tomou a frente em
nossa conversa. — Que tal vocês assistirem a uma peça de teatro e, depois, um
jantar?
— Alice! — eu quase bravejei, mas isso não a fez se
irredutível.
— Por mim, está ótimo.
— Olá! Eu estou aqui — eu tornei a dizer, cada vez
mais enfurecida.
— Eu te busco em casa, Tanya — ele disse, sorrindo. —
Esteja pronta às oito.
Sai caminhando à frente, irritadiça, enquanto sentia
Alice rindo às minhas costas. Qual era a dela? Por que ela precisava fazer
aquilo comigo? Estava certo que eu ainda não digerira a ideia do casamento de
Edward com Isabella, mas chegar a tal ponto? Não julgava tal coisa necessária.
— Espere por mim, Tanya — ela disse, quando eu já
estava atravessando a rua para voltar ao meu carro.
— Traidora — disse-a, virando ligeiramente e
expondo-me aos manifestantes, que já sabiam da notícia sobre o julgamento e, ao
mesmo tempo, sendo vaiada por alguns; eu não me importei, seguindo para o lugar
em que meu carro estava. — Você não precisava me expor daquela forma para o
James.
— Se eu não te conhecesse, eu te comprava como bibelô,
prima, porque dentro dos Tribunais você é uma pessoa totalmente diferente da
que eu conheço e, portanto, você pode começar a parar de se comportar como uma
santa — ela riu ainda que tentasse segurar-se. — Vou com você até seu flat, te
ajudarei a se arrumar e fim de papo: você vai sim à esse encontro.
Eu desisti. Abri meu carro e entrei no mesmo, dando um
jeito de sair dali o quanto antes, mas eu sabia que mesmo procurando outros
caminhos para chegar em casa, Alice estaria me esperando lá. Além do mais,
seria terrível se, repentinamente, eu não aparecesse àquele encontro fajuto:
seria péssimo para a minha reputação – e ela já estava baixíssima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário